sexta-feira, 17 de maio de 2024

Aguiar-Branco esteve bem...


...resta saber se isto é bom ou mau para o Chega:

 «Os turcos não são conhecidos por serem os mais trabalhadores do mundo”. A frase de André Ventura, quando falava do aeroporto de Istambul feito em cinco anos, levantou o Parlamento.

Bloco de Esquerda começou por pedir desculpas ao embaixador da Turquia, dizendo que “atribuir características a um povo ou estereótipos a um povo não deve ter espaço na Assembleia da República. O povo turco merece igual respeito e dignidade”, e, por isso, pediu “desculpa ao embaixador da Turquia. Os turcos como qualquer cidadão do mundo merecem igual dignidade”.

Também o Livre se levantou para contestar as palavras de Ventura, dizendo que racismo é crime.

Mas a todos, Aguiar Branco respondeu que “o debate democrático é poder exprimir-se. Na opinião do presidente deve ser assegurada a livre expressão de todos os senhores deputados. É esse o sentido. Não tem a ver com aquilo que eu penso, não serei censor dos senhores deputados”.

Ainda ouviu Alexandra Leitão, do PS, a perguntar se “determinada bancada disser que raça ou etnia é mais preguiçosa ou burra ou menos digna também pode? É uma pergunta”.

“No meu entender pode. A liberdade expressão está constitucionalmente consagrada, não é uma liberdade sob ponderação do juízo de uma qualquer pessoa faça em relação àquilo que no discurso político é dito. Não haverá condicionamento na liberdade expressão. A avaliação do discurso político que seja feito nessa casa será feito pelo povo em eleições se se revê nas suas posições”.

Ainda houve novas tentativas de manter o assunto, mas o presidente da Assembleia atalhou: “Não vale a pena continuar com este debate, é a interpretação do presidente da AR. E senhores deputados se houver alguém que acha que deve ser feita censura à intervenção, recorre da decisão do presidente e o plenário é que fará a censura não serei eu. Não serei eu nunca a cercear a liberdade de expressão de um deputado”.

Isabel Mendes Lopes, líder parlamentar do Livre, pediu a palavra para sublinhar que "o racismo é crime" e que o que é dito no parlamento "tem consequência directa na vida das pessoas".

"Não vou dar continuidade a este tema, a Assembleia tem inúmeros mecanismos regimentais para exprimir a sua opinião. Uma coisa pode ter a certeza, não serei eu nunca a cercear a liberdade de expressão", disse Aguiar-Branco, numa intervenção aplaudida de pé pela bancada do Chega.

Antes, Ventura já se tinha desviado do tema do debate, ao criticar que a Assembleia da República tenha tido esta noite a fachada iluminada para assinalar o Dia Nacional contra a Homofobia e a Transfobia, dizendo que "o parlamento está sequestrado pela linguagem woke".

"Queria lamentar muito que todos os partidos tenham entrado nesta lógica", criticou André Ventura, com o líder parlamentar do CDS-PP Paulo Núncio a sinalizar que o seu partido também esteve contra esta decisão do parlamento.

Na noite de quinta-feira para esta sexta-feira, a fachada do Palácio de São Bento esteve iluminada com a bandeira arco-íris, de forma a assinalar a luta contra o preconceito e a defesa dos direitos de pessoas lésbicas, gays, bissexuais, transgénero e intersexo (LGBTI).

A 17 de Maio, celebra-se ainda o Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, que pretende valorizar a igualdade entre as pessoas, independentemente da sua orientação sexual, assim como alertar para a discriminação contra as pessoas LGBTI.

Ventura disse que esta sexta-feira também é Dia Mundial da Hipertensão e tal não foi assinalado pelo parlamento.

"Tivemos um Dia dos Antigos Combatentes, não vi esta fachada iluminada, nem pelos profissionais de saúde ou forças de segurança", disse.»

2 comentários:

Ricardo A disse...

"Não vou dar continuidade a este tema, a Assembleia tem inúmeros mecanismos regimentais para exprimir a sua opinião. Uma coisa pode ter a certeza, não serei eu nunca a cercear a liberdade de expressão", disse Aguiar-Branco" ------------ OBVIAMENTE!

Afonso de Portugal disse...

Esteve muito bem o laranjinha! Talvez por perceber que o comportamento do xuxas Silva deu mais eleitores ao Chega do que qualquer política do PS.