quarta-feira, 2 de julho de 2025

A "verificação da idade" - que é, na verdade, a verificação da identidade - já está ser implementada nos maiores sítios pornográficos. Isto significa que é só uma questão de tempo até ser alargada ao resto da Internet...


     Esta notícia passou quase totalmente despercebida, tantos nos grandessíssimos mé(r)dia, como na blogosfera. A pretexto de proteger os menores de idade, porque estas coisas são sempre feitas "para nosso bem", a França, o Reino Unido, os EUA e a UE, criaram várias formas de legislação verdadeiramente orwelliana que deverão ser implementadas até ao final do Verão:

«Muita coisa aconteceu no último mês: a Comissão Europeia (o braço executivo da UE) atacou publicamente os três maiores sítios pornográficos pela sua alegada obrigação de impedir o acesso de menores, ignorando por completo plataformas tradicionais muito maiores. 
A implementação de verificação de idade (VI) também estava programada para começar em França em Junho de 2025, mas foi posteriormente interrompida — embora apenas temporariamente. 
No entanto, a implementação deverá entrar em vigor no próximo mês no Reino Unido, Julho de 2025. E, no passado dia 27 de Junho, o Supremo Tribunal dos EUA emitiu uma decisão devastadora que abre caminho a uma ampla regulamentação estadual de conteúdos para adultos, permitindo efectivamente leis de VI com restrições constitucionais mínimas.
A verificação de idade exige que os utilizadores comprovem que têm mais de 18 anos para visualizar conteúdo para adultos. 
Existem várias formas de um utilizador comprovar a sua idade, mas qualquer método eficaz exige que envie alguma forma de informação pessoalmente identificável ("PII"), como uma carta de condução. Ao atribuir esta responsabilidade à(s) plataforma(s) visitada(s) por um utilizador, isto significa fornecer repetidamente informação privada aos sítios para adultos em toda a internet, ao mesmo tempo que se normaliza a divulgação de PII em toda a internet. Esta não é uma abordagem respeitadora da privacidade.  
Cria também um risco substancial de roubo de identidade. Como o software de verificação de idade exige que os utilizadores forneçam informações extremamente sensíveis, abre a porta ao risco de violações de dados. Independentemente de as suas intenções serem boas ou não, os governos têm, historicamente, lutado para proteger estes dados. Cria também uma oportunidade para os criminosos explorarem e extorquirem pessoas através de tentativas de phishing ou de processos antivírus falsos, uma prática infeliz e muito comum.»

 

Não pensem, caros leitores, que a coisa se fica pela "mera" cedência de documentos:

«Parece realmente agradar aos activistas antipornografia obrigar os adultos a suportar estas pequenas humilhações repetidas — como ter de fazer um scan facial antes de visualizar o conteúdo.»

 

Ora bem, muitos de vocês, nacionalistas e/ou conservadores, poderão perguntar: "mas o que é que me interessa que os sítios porno sejam obrigados a verificar a idade dos cibernautas que os acedem?" Aliás, alguns de vocês até poderão achar esta medida positiva, congratulando-se pelo facto do acesso dos menores aos sítios pornográficos estar a ser dificultado, pelo menos, em teoria.

Mas o problema é que os sítios pornográficos são apenas o alvo mais fácil de abater e, se tudo correr bem aos censores globalistas, serão apenas o primeiro de muitos alvos, sendo nós, os nacionalistas, um dos alvos principais. Há muito que os nossos adversários defendem a "regulação" (eufemismo para censura pura e dura) das redes sociais. E a imposição da VI nos sítios pornográficos é o primeiro passo nesse sentido:

 

«O actual pânico moral em relação à pornografia (e às redes sociais) está a mostrar os limites dos sistemas políticos e mediáticos do Ocidente — quando até uma questão relativamente simples, como o acesso dos menores a conteúdos para adultos, é tratada de forma tão inadequada. 
Dizemos "o sistema" em vez de pessoas individualmente, porque o resultado foi quase idêntico em todos os países, independentemente da inclinação política. E por "inadequada", entenda-se sem qualquer abordagem racional e pragmática. 
Os debates foram dominados por apelos emocionais e raciocínios pateticamente falhos, apresentados por actores em pânico constante — enquanto os muitos argumentos lógicos contra a VI foram simplesmente ignorados. Isto não foi formulação racional de políticas — foi histeria alimentada pelos média, onde o medo, a indignação e os caça-cliques substituíram a evidência, a perícia e a lógica básica. 
A imprensa, em geral, não contestou nada disto. Os jornalistas deixaram passar despercebidas alegações grotescas — abandonando o escrutínio que alegam defender. Mas, claro — provavelmente estavam demasiado ocupados com as suas habituais rotinas de propaganda política. Alguns até se esforçaram por diabolizar os sites pornográficos — inventando histórias e espalhando mentiras descaradas. Ao observar tudo isto a desenrolar-se, não queremos sequer imaginar como estão a ser tratados problemas mais complexos — há todas as razões para acreditar que é ainda pior. A ideologia substituiu completamente o bom senso. Há muito que acreditamos que a forma como uma sociedade trata a pornografia é um forte indicador do quão livre ela realmente é. E, neste aspecto, podemos afirmar uma coisa com toda a certeza: a liberdade está a regredir em todo o Ocidente. A censura é galopante — mas esse é um assunto para outra ocasião, se ainda restar alguma coisa até lá.»

 

Recomendo a leitura integral do artigo. Entre muitos outros dados, explica-se, com argumentos convincentes, que a VI nem sequer terá grande sucesso em restringir o acesso aos conteúdos pornográficos, apenas a alguns sítios pornográficos.

Os nossos dias de liberdade na Internet parecem estar contados. Hoje é a pornografia, daqui a uns meses ou anos serão os blogues como este. O sistema não tolerará que continuemos a falar uns com os outros livremente, ele já reconheceu a enorme ameaça que as redes sociais constituem à sua sobrevivência. Há anos que venho alertando para isto e só me surpreende que os donos disto tudo tenham demorado tanto tempo a agir.

A confirmar-se o pior cenário, a única solução que nos restará, se queremos que o Nacionalismo continue a crescer, será levar o que escrevemos na Internet para o mundo real. Teremos de sair da nossa zona de conforto e começar a falar com as pessoas frente a frente, ao vivo e a cores. Não será fácil, e teremos de ter muito tacto e bom senso nas nossas interacções, não apenas com os nossos adversários, mas também - se calhar, até, sobretudo - com aqueles que nos são mais próximos.

De contrário, voltaremos ao cenário que tínhamos nos anos 90, quando o Nacionalismo era um fenómeno absolutamente marginal e residual, enquanto a esmagadora maioria da população não ousava indignar-se nem com a imigração, nem com o resto dos abusos da máfia abrilina contra Portugal e contra os portugueses.

2 comentários:

Maghaza disse...

Excelente post !
De facto, o cerco à liberdade de expressão e acção está a apertar lentamente e a maioria das pessoas não se vai aperceber disso porque vem mascarado de boas intensões.

Afonso de Portugal disse...

Eu falei sobre isto a um familiar e ele criticou-me por "defender os pornógrafos". Tentei explicar-lhe que não era nada disso, que considero a pornografia uma forma de prostituição. O problema é que ela está a servir de pretexto para medidas que, uma vez implementadas, acabarão por ser estendidas a tudo o que está na Internet.

P.S. Não tenho passado pelo Rumble, mas prometo fazê-lo ainda hoje!