domingo, 3 de agosto de 2025

O Prof. João Pedro Marques refuta as tretas antiportuguesas de mais um "jovem" woke neomarxista


     Uma das competências que todos os portugueses devem adquirir, sobretudo os nacionalistas, é serem capazes de refutar acusações como estas que o Prof. João Pedro Marques arrasa nesta crónica. Apelo por isso aos leitores deste blogue que comprem os livros do Professor. É a melhor forma de o apoiarmos e, em simultâneo, nos instruirmos e vacinarmos contras as mentiras da Esquerda:
 

«Um artista angolano de nome Kiluanji Kia Henda, veio afirmar, entre outros disparates, que Portugal foi responsável por “quase metade” das pessoas “traficadas desde África” e que os portugueses “foram os primeiros a começar (a escravatura) e os últimos a terminar”. Felizmente — e essa é a primeira coisa que importa aqui sublinhar — esta lengalenga ignorante, obstinada ou malévola já não cola em Portugal. O debate dos últimos anos serviu para qualquer coisa e as pessoas, mais informadas, não compram esta historieta culpabilizante. (...) Kiluanji Kia Henda é um dos muitos africanos que parece teimar em afirmar, erradamente, e não obstante esse erro já ter sido mostrado e emendado mil vezes, que Portugal teria sido o iniciador da escravatura e o último país a abrir mão dela. 

Na verdade, a escravatura, aqui entendida no sentido de escravidão, começou o mais tardar no IIIº milénio antes de Cristo — já havia escravos na Suméria — e manteve-se até meados do século XX em países como a Mauritânia ou a Arábia Saudita. Portugal já tinha abolido a escravidão nas suas colónias em 1869. Mas se usarmos a palavra escravatura no sentido de tráfico de escravos negros, e se pensarmos apenas no Atlântico, continua a ser falso que Portugal, que iniciou o tráfico transatlântico, tenha sido o último a pôr-lhe fim. Essa triste distinção coube à Espanha, que manteve o tráfico para Cuba até 1867. Mas é claro que falo aqui exclusivamente no Atlântico, pois se alargarmos o campo de observação constataremos que o tráfico feito por povos muçulmanos no Índico, por exemplo, se manteve até ao século XX.  

Absolutamente estanque à verdade histórica, Kiluanji Kia Henda e muitas outras pessoas woke continuam a acusar os portugueses de coisas que não fizeram. E continuam a repetir uma mentira que já calcificou nas suas cabeças e que já não podem ou não querem corrigir. Refiro-me à ideia, veiculada pelo artista angolano, de que Portugal foi responsável por “quase metade” das pessoas “traficadas desde África”. Isso é redondamente falso. O tráfico transatlântico levou 12,5 milhões de pessoas de África para as Américas. Portugal foi politicamente responsável pelo transporte de 4,5 milhões de escravos negros através do Atlântico. A responsabilidade pelo tráfico feito para o Brasil após 1822 — 1,3 milhões de escravos — cabe ao próprio Brasil. Há quem some ambos os quantitativos e os ponha às costas (largas) dos portugueses, o que é não só errado, mas também manhoso. Isto já foi explicado dezenas de vezes, mas continua a ser feito porque há cabeças muito duras ou intelectualmente desonestas. E é preciso, também, considerar o tráfico de negros feito através do deserto do Sara, do Mar Vermelho e do Índico — 14 milhões de escravos, talvez — parte do qual foi feito para fora de África, nomeadamente para a Ásia e para a Europa. Portugal não foi responsável por um único desses escravos assim traficados para o mundo muçulmano 

Em suma, afirmar, como fez Kiluanji Kia Henda, que Portugal foi responsável por “quase metade” das pessoas “traficadas desde África” não é pura e simplesmente admissível e é tanto mais indesculpável quanto tudo isto foi debatido na esfera pública, explicado e documentado inúmeras vezes, e está ao alcance de qualquer pessoa à distância de um simples clic na Internet. Em meados de 2025 ninguém tem desculpa para continuar a afirmar aquilo que o artista angolano afirmou. Quem o faz revela uma incomodativa dose de ignorância, de teimosia ou, então, de má-fé.»

 

É a última, caríssimo Professor. É mesmo a má-fé de quem odeia e quer destruir Portugal... 

Sem comentários: