sexta-feira, 5 de dezembro de 2025

O Presidente Trump alerta para o suícidio demográfico da Europa


       Em linha com a brilhante intervenção do vice-presidente J. D. Vance em Fevereiro, o Presidente dos EUA alerta para o fim da Europa conforme a conhecemos, a menos, é claro, que o poder político mude radicalmente:
 

«É mais do que provável que, em poucas décadas, no máximo, alguns membros da NATO se tornem maioritariamente não-Europeus”. É desta forma que Donald Trump prevê o futuro da Europa, segundo explicou num documento de 33 páginas divulgado na última noite e no qual é detalhada a estratégia internacional da administração republicana.

 


O relatório assinado pelo Presidente dos Estados Unidos da América (EUA) culpa a União Europeia (UE) e as políticas imigratórias pela iminente desvalorização total da cultura do velho continente. Apesar de admitir que os europeus têm problemas económicos, a Casa Branca justifica que estes são “eclipsados pela perspectiva real e mais gritante de desaparecimento civilizacional”. “Os americanos têm-se habituado a pensar nos problemas europeus em termos de baixos investimentos militares e estagnação económica. Há alguma verdade nisso, mas os problemas reais da Europa são mais profundos”.

Os maiores problemas que a Europa enfrenta incluem medidas da União Europeia e outras entidades internacionais que enfraquecem a liberdade e soberania política; políticas imigratórias que estão a transformar o continente e a gerar revolta; limitação da liberdade de expressão e supressão de opositores políticos, colapso dos nascimentos e a perda de identidade nacional e autoconfiança”.

“Se esta tendência continuar, o continente ficará irreconhecível em menos de 20 anos. Como tal, não é claro que determinados países europeus terão economias e forças armadas suficientemente fortes para continuarem a ser fiáveis. Muitos desses países estão actualmente a reforçar o seu caminho actual. Queremos que a Europa continue europeia, recupere a sua autoconfiança civilizacional e abandone o seu foco falhado no sufoco de regulamentos”.

As opiniões de Trump sobre a política imigratória europeia parecem aproximar-se da teoria da substituição, também defendida no espaço europeu por movimentos radicais, num alinhamento do MAGA com os partidos nacionalistas da Europa. “A América encoraja os aliados políticos na Europa a promover essa recuperação do espírito [europeu], o crescimento da influência de partidos patriotas europeus dá, efectivamente, algum motivo de grande optimismo”.

Para a Casa Branca, a falta de confiança da União Europeia traduz-se na relação com a Rússia, “profundamente enfraquecida” com o início da guerra na Ucrânia. “A gestão das relações europeias com a Rússia exigirá um envolvimento diplomático significativo dos EUA, tanto para restabelecer as condições de estabilidade estratégica em todo a região eurasiática, como para mitigar o risco de conflito entre a Rússia e os Estados europeus”.

Apesar de manifestarem “todo o interesse” em negociar o fim do conflito, os EUA apontam que a guerra evidencia, “sobretudo no caso alemão”, a dependência externa dos países europeus. “As empresas químicas alemãs estão a construir algumas das maiores fábricas de processamento do mundo na China, com gás russo que não conseguem comprar no seu país. (…) Uma grande maioria europeia deseja a paz, mas esse desejo não se traduz em políticas”.

De qualquer das formas, a Casa Branca recorda a ligação “cultural”, “estratégica” e “sentimental” entre EUA e Europa, que tem dos sectores, desde a tecnologia à energia, “mais sólidos do mundo”. “O comércio transatlântico continua a ser um dos pilares da economia global e da prosperidade norte-americana. (…) A Europa é o berço das melhores pesquisas científicas e das instituições culturais mais relevantes. Não podemos riscar a Europa — fazê-lo seria contraproducente para esta estratégia”.

De olhos no futuro, a administração Trump quer dar prioridade à recuperação das relações dos países europeus com a Rússia e à soberania dos países europeus.»

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