domingo, 2 de junho de 2024

Uma opinião diferente sobre a filosofia do estoicismo...


...ou, como eu gosto de repetir, comer e calar nunca é suficiente.

2 comentários:

Durius disse...

A primeira coisa quando ouço estoicismo que me vem á cabeça é de perdedor.
Manteres os teus principios e arcares com a dor só porque és fiel as esses mesmo principios nao faz sentido.

O que interessa na vida é propagares a tua biologia e criares um ambiente bom para esses mesmos teus descendentes. A partir dai fazes o que melhor puderes para concretizar o teu objetivo, porque outros farão igual. Quem ja viajou muito na vida sabe que nao ha amigos, ha interesses.

Em relação ao video, curiosamente o golden one tambem fez um video a pouco tempo sobre esse mesmo tema:

https://www.youtube.com/watch?v=OszE_xUiKOU


Nos nao precisamos de alguem que aceita estoicamente a destruicao da nossa civilização. 100% concordo.

Em suma, o ser humano escolhe o caminho de menor resistencia, aquele que lhe dá mais frutos. Assim como a eletricidade tambem faz o mesmo e as correntes dos rios igual. Cada vez que negamos a natureza morrermos por dentro.

Afonso de Portugal disse...

«Manteres os teus principios e arcares com a dor só porque és fiel as esses mesmo principios nao faz sentido.»

Plenamente de acordo. O estoicismo só faz sentido quando o sofrimento leva a algo maior. Por exemplo, faz sentido estudar, aturar os professores e fazer um curso superior porque isso leva a uma carreira profissional, dinheiro e qualidade de vida. Sofrer só por sofrer é algo que eu não entendo.


«O que interessa na vida é propagares a tua biologia e criares um ambiente bom para esses mesmos teus descendentes. A partir dai fazes o que melhor puderes para concretizar o teu objetivo»

Muito bem resumido. É exactamente assim que eu também vejo a coisa.


«o golden one tambem fez um video a pouco tempo sobre esse mesmo tema»

Também concordo com ele. Curiosamente, eu vejo a atitude que ele denuncia em muitos cristãos, sobretudo cristãos norte-americanos. "Isto já está tudo perdido, mais vale aguentar e esperar pela vida depois da morte." Só que isto, a meu ver, é a antítese do Cristianismo, pelo menos do Cristianismo original. Cristo nunca foi um cobarde, muito menos resignado. Expulsou os vendilhões do Templo, enfrentou ambos judeus e romanos e carregou a sua cruz até ao lugar onde foi crucificado. Não é o melhor exemplo do mundo (eu preferia morrer a lutar do que ser pregado numa cruz), mas é preciso perceber o contexto: Cristo estava a lutar contra o maior império que o mundo tinha visto até então e não tinha qualquer hipótese de vencer pela força.

O que ele fez é, apesar de tudo, mil vezes melhor do que cruzar os braços resignadamente e esperar pela morte, que é a estratégia que demasiados nacionalistas parecem ter adoptado.