sábado, 19 de outubro de 2024

Antigo deputado social-democrata diz que "o aborto criou um problema de saúde pública em Portugal"


É pena este laranjinha só se ter lembrado de dizer isto depois de ter abandonado a Assembleia da República...


«O antigo deputado social-democrata António Pinheiro Torres considerou este sábado [19-Out-2024] que a legalização do aborto criou em Portugal um problema de saúde pública e constitui um obstáculo à constituição de famílias, num discurso que fez em nome da "justiça social".

Esta posição foi defendida por António Pinheiro Torres, militante antiaborto e contra a eutanásia, no primeiro de dois dias de Congresso Nacional do PSD, que decorre em Braga.»

 

António Pinheiro Torres: porque é que ele não disse isto quando ainda era deputado?

 

«Num discurso pouco aplaudido, Pinheiro Torres, que foi deputado sob a liderança de Durão Barroso, atacou as propostas "fracturantes" da esquerda e disse que as mulheres "são vítimas da maior violência que consiste em pôr fim à sua gravidez por imposição de terceiros, por desespero por falta de alternativas, ou por pressão de um atmosfera cultural que as procura enganar".

Disse, depois, que [segundo] números da Direcção-Geral de Saúde, entre Julho de 2007 e Dezembro de 2022 houve 256 mil abortos em Portugal, "46 por dia e dois por hora".

"Se isto não é um problema de saúde pública para o qual estamos convocados para fazer face, então não sei o que é um problema de saúde pública, eu não sei o que é defender a dignidade humana", declarou.

Pinheiro Torres insurgiu-se também contra a lei que legaliza a morte medicamente assistida, um ponto onde disse que ia citar o deputado do PCP António Filipe: "Não podemos aceitar que um Estado que não ajuda a viver, possa sim, ajudar a morrer", afirmou, dizendo estar a citar António Filipe.»

 

Quem escreveu esta notícia no Correio Manhoso "esqueceu-se" de mencionar a parte mais importante:

«António Pinheiro Torres, ex-deputado e militante do PSD, apelou à tradição referendária do partido para pedir aos congressistas reunidos em Viana do Castelo que aprovem a sua moção temática a pedir um referendo à eutanásia.

Aprovem o referendo e “nessa altura cada um votará e decidirá como quiser”, afirmou Pinheiro Torres, que é membro da Federação Portuguesa pela vida e optou por apresentar a sua proposta como uma moção pelos cuidados paliativos e pelo referendo à eutanásia e não uma moção contra a eutanásia. Ou seja, os congressistas ao votar a moção não estarão a manifestar a sua posição sobre a eutanásia, mas sobre o modo de decisão política.»

 

Ora bem, sobre o aborto, eu volto a repetir o que já disse neste blogue várias vezes:

1. Os 256 mil portugueses assassinados cobardemente antes de poderem nascer são apenas a ponta do icebergue. Antes de morrer, a minha avó paterna confessou à minha mãe que, se o aborto fosse legal quando ela estava em idade fértil, o meu pai, que foi o quinto filho dela, nunca teria nascido. Isto significa que nem o meu pai, nem eu, nem os meus irmãos, nem os nossos respectivos filhos estaríamos aqui hoje. Ou seja, se o meu pai tivesse sido abortado nos anos 50, como a minha avó pretendia, haveria agora menos nove portugueses neste país! Agora multipliquem isto por todos os abortos feitos em Portugal...

2. Há nacionalistas que se congratulam com o aborto, argumentando que a maioria dos bebés abortados é constituída por bebés alógenos. Para começar, nem sequer sabemos se isso é mesmo verdade no caso de Portugal, uma vez que essas estatísticas, disponíveis nos EUA, (ainda) não estão disponíveis no nosso país. Mas mesmo que seja verdade, o problema é que será sempre uma verdade enganadora, porque os bebés portugueses abortados não podem ser repostos, enquanto os bebés alógenos abortados são imediatamente repostos por novos imigrantes que entram em Portugal. Ou seja, mesmo que morram de facto mais bebés alógenos do que portugueses no nosso país, continuarão a nascer sempre muitos mais bebés alógenos fora de Portugal, bebés alógenos que depois acabarão por vir para Portugal. E, portanto, do ponto de vista da substituição demográfica dos portugueses, esse maior número de "baixas" alógenas acaba por compensar largamente, porque os abortos de bebés portugueses são muito mais danosos do ponto de vista demográfico.

3. Não há nenhum partido no Par(a)lamento que se oponha ao aborto. Nem mesmo o Chega. Aliás, descobri recentemente que o André Ventura nem sequer quer ter filhos, pelo menos, não num futuro próximo. Mas reparem sobretudo como a notícia diz claramente que o discurso do Pinheiro Torres foi "pouco aplaudido". Ou seja, o PSD não tem nenhuma intenção de reverter a política abortista genocida que vigora em Portugal...

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