segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

A vergonha da UE (2): entre 2022 e 2024, os estados-membros deram mais dinheiro à Rússia por combustíveis fósseis do que à Ucrânia em apoio de guerra! 🤡



         O Observador da direitinha traz hoje um artigo muito interessante do José Manuel Fernandes. O artigo é sobre o famoso documento "Estratégia de Segurança Nacional" [dos EUA] publicado pela Casa Branca no passado mês de Novembro. Já vos tinha falado sobre esse documento aqui no TU(f), mas na altura eu ainda não o tinha lido - e é recomendável que TODOS os nacionalistas o leiam.
 
Há várias passagens no documento dignas de menção. Por exemplo:
 
«“O declínio económico da Europa é eclipsado pelo cenário ainda mais grave de um retrocesso civilizacional”. Porquê? Porque os países europeus têm sacrificado a sua “liberdade política e soberania” a favor de organismos transnacionais, porque as suas “políticas de imigração estão a transformar o continente e a criar conflitos”, porque “as taxas de natalidade entraram em colapso” e porque se regista uma “perda de identidades nacionais e de autoconfiança”. 
(...) Se estas tendências se mantiverem, o continente [europeu] estará irreconhecível dentro de 20 anos ou mesmo menos, deixando de ser óbvio que certos países europeus tenham economias e poder militar suficientemente fortes para permanecerem aliados fiáveis” dos Estados Unidos. 
A longo prazo, é mais do que plausível que, no máximo em algumas décadas, certos membros da OTAN se tornem maioritariamente não europeus. Assim, permanece em aberto se verão o seu lugar no mundo, ou a sua aliança com os Estados Unidos, da mesma forma que aqueles que assinaram a carta da OTAN.»

  

Bem sei que nós, nacionalistas já andamos a dizer isto há décadas, mas é a primeira vez que um governo norte-americano admite abertamente a possibilidade de deixar de contar com a Europa para a OTAN.

Mas a coisa ainda piora. O documento denuncia ainda mais claramente aquilo que eu já denunciei aqui no TU(f) várias vezes: o apoio da UE à Ucrânia não passa de uma grande farsa. Como bem nota o José Manuel Fernandes:

 

«O que porventura mais determina a clareza deste documento da administração americana é a sua irritação com aquilo que consideram ser a duplicidade da Europa – em primeiro lugar da Europa simultaneamente grandiloquente e incoerente naquilo que diz respeito à guerra que se trava na sua margem oriental, nas trincheiras da Ucrânia. 
O documento recorre mesmo a um exemplo concreto: há conglomerados industriais químicos alemães que estão a construir na China algumas das maiores fábricas do mundo, e estão a fazê-lo usando o gás russo que já não podem usar na Alemanha. Ou seja, estão elas mesmas a iludir as sanções ao mesmo tempo que fortalecem uma China que os Estados Unidos vêem como seu principal adversário estratégico. Comportar-se desta forma não é propriamente aquilo que se espera de um país aliado, pelo que Washington está apenas a dizer preto no branco — e aos gritos — o que antes apenas se sussurrava nos gabinetes.»

 

E agora, aquela que para mim é a pior parte, demonstrando a hipocrisia estratosférica da UE:

 

«Mais, e também muito elucidativo. Esta semana, Christopher Landau, vice-secretário de Estado dos Estados Unidos, divulgou no Twitter um gráfico onde compara o dinheiro que os países europeus canalizaram para a Ucrânia desde que a guerra começou e aquele que continuaram a pagar à Rússia pelo gás que ainda não deixaram de importar. É um gráfico revelador:

 


(clicar em cima da imagem para a ver num tamanho maior)
 
E não se pense que Portugal, que não figura neste quadro e é o país mais distante da Rússia, escapa ileso: ainda esta semana nosso primeiro-ministro admitiu no Parlamento que “muito brevemente” Portugal se tornará independente de importações de gás russo. Ou seja, também nós andámos a financiar, mesmo que pouco, o esforço de guerra russo nestes últimos três anos e meio. É de ficar corado de vergonha – ou de raiva.»

 

É por estas e por outras que eu nunca vi com bons olhos a ideia de mandar europeus combater para a Ucrânia. A verdade é que, a fazê-lo, nunca saberíamos ao certo por quem estaríamos a lutar. Tenho muita pena e simpatia pelo povo ucraniano, que tem sido usado e abusado por ambas as partes em conflito. Mas o gráfico acima não deixa margem para dúvidas, os (des)governantes europeus têm andado a gozar connosco à força toda.

Se é para lutar pela Europa, como alegam os "nossos" líderes, então, a Europa tem de parar de comprar combustíveis fósseis à Rússia e acabar com investimentos em países antidemocráticos como a China. Até lá, qualquer europeu que lute "pela Ucrânia" (notar bem as aspas), será apenas um burrinho que não percebe que está a ser usado.

Como já disse aqui, se algum dia alguém nos mandar lutar pela Ucrânia, terá chegado a hora de fazer uma revolução. Eu aqui não cedo nem um milímetro: para matar portugueses em vão, já nos chegou a bem a Primeira Grande Guerra. Se é para morrer pelos globalistas, então, mais vale morrer a matar globalistas. 

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