quarta-feira, 15 de maio de 2024

E agora uma excelente notícia: os nossos jovens (sem aspas) parecem estar finalmente a acordar!


Embora ainda estejam atrasados em relação aos jovens (sem aspas) de outros países ocidentais...
 
«Os jovens portugueses entre os 25 e 34 anos são os que menos confiam nas notícias, enquanto em Espanha as idades variam entre 18 e 24 anos, segundo o relatório do Observatório Ibérico de Media Digitais (Iberifier) divulgado esta quarta-feira [15-Mai-2024].

"Em ambos os países, a confiança nos media e na ideia do jornalismo e das notícias como solução para os fenómenos de desinformação é consideravelmente menos difundida entre as gerações mais jovens, nomeadamente entre os 18 e os 24 anos", lê-se no relatório "Padrões de consumo de desinformação em Portugal e Espanha", elaborado pelo Iberifier.

"Os comportamentos negativos em torno das notícias, como o evitar activo de notícias e a perda de interesse, são mais prevalecentes não só entre os mais jovens, mas em particular entre os mais pobres e os menos instruídos, um aspecto que acreditamos ter particular impacto no potencial crescimento da polarização em ambos os países", de acordo com o documento.»

Custa-me bastante a acreditar nisto. Os mais pobres e os menos instruídos não costumam ter muito tempo para andar na internet, isso só costuma acontecer da classe média para cima.


«Segundo os dados sobre confiança nas notícias, em 2015, 60% dos jovens portugueses em idades compreendidas entre 18 e 24 anos confiavam nos media, valor que subia para 65% na faixa etária 25-34 anos. Em 2023, estas percentagens recuaram, para 52% na faixa etária 18-24 anos e 48% entre os 25-34 anos, onde se regista o valor mais baixo.»

Reparem que mesmo assim ainda são valores muito altos, em termos comparativos. Leia-se o parágrafo a seguir e perceba-se porquê.

 

«Em Espanha, segundo dados de 2022, 24% na faixa 18-24 anos confiava nos media e 20% entre os 25-34 anos. São, segundo os investigadores, "as faixas mais jovens que revelam maior afastamento das notícias e, em particular, os menos instruídos, e que estas condições podem estar a contribuir para a polarização da sociedade".»

Portanto, eles dizem-nos que os jovens se têm "afastado" das notícias - reparem que eles confundem deliberadamente notícias com mé(r)dia -  mas nunca nos dizem porque é que eles se estão a afastar. E não surpreende, vejam só quem fez o tal "estudo":


«O estudo resulta de "uma análise sistemática a um conjunto de estudos sobre a produção, criação, distribuição e impacto da desinformação, entre relatórios desenvolvidos nos últimos quatro anos pelo Observatório Ibérico de Media Digitais, Iberifier e as análises fornecidas pelas publicações de referência, de que é exemplo o Digital News Report (2023) e o Eurobarómetro, da Comissão Europeia".

O Iberifier integra 23 centros de investigação e universidades ibéricas, as agências de notícias portuguesa, Lusa, e espanhola, EFE, e 'fact checkers' como o Polígrafo e Prova dos Factos - Público, de Portugal, e Maldita.es e Efe Verifica, de Espanha.»

Ou seja, um "estudo" que vale tanto como a água de uma retrete... ou ainda menos do que isso!

Sem comentários: