«“Pessoas racializadas”, é como a esquerda agora designa as minorias étnicas. Um truque, típico da retórica sofística da seita, que assim recusa a expressão objectiva e já não designa os indivíduos. Designa os outros, os “racistas”, os que destratam as minorias étnicas. Que obviamente, no entender da esquerda, somos todos. Nessa grande medida, a expressão “pessoas racializadas” pressupõe uma atitude discriminatória e estabelece uma acusação generalizada. Eis o “racismo estrutural”: somos culpados porque existimos, porque somos brancos e porque somos ocidentais. A expressão “pessoas racializadas” cai sobre nós como uma sentença transitada em julgado. E serve para levar às minorias étnicas três informações: primeira, elas são vítimas; segunda, não precisam de se esforçar; terceira, toda a vingança [contra nós, os portugueses] está justificada à partida. É assim que a esquerda aborda o capítulo da “paz social”.
Para efeitos de “paz social”, a esquerda organiza batalhões de activistas profissionais distribuídos pelas “organizações”. As “organizações” podem ser “núcleos”, “plataformas”, “colectivos”, “movimentos” ou “comités”, mas o papel dos activistas raramente é recomendável. Ou respeitável. Porquê? Porque os activistas promovem o racismo. Seja através do estereótipo, que se empenham em acentuar, seja através da consequente atitude confrontacional. Os activistas, magnificamente instruídos pela extrema-esquerda, operam provocando o choque e o confronto, para manter impossível a naturalidade e a conciliação. Reservaram para si mesmos este papel e não sabem nem querem viver de outra maneira. O importante é compreendermos que este modo de vida é pensado e aperfeiçoado para favorecer a própria esquerda, à custa dos dinheiros públicos e dos reais interesses das minorias.»
O maior benefício de termos um partido (pseudo-)nacionalista na Assembleia da República é vermos finalmente os direitinhas a escrever parágrafos como estes dois que transcrevi acima. Perante o sucesso do Chega e o redobrar dos esforços "anti-racistas" da extrema-esquerda, a MBP viu-se obrigada a endereçar o elefante na sala, e até a descrever um modus operandi da Esquerda que, até recentemente, era simplesmente catalogado como "teorias da conspiração" e negado por pessoas como ela.
Com efeito, e como o xuxa Miguel Prata Roque assumiu recentemente, a Esquerda encarou sempre a imigração como um mecanismo de conquista e de perpetuação no poder, vendo nos imigrantes o "novo proletariado" que irá fazer pender finalmente a balança eleitoral para o seu lado. E, se dúvidas houvesse, eis que MBP chega ao âmago daquilo que os neomarxistas pretendem realmente:
«A celebração do Dia Internacional Contra a Discriminação Racial em Lisboa não terminou sem a maldita apologia das “reparações coloniais”. Faz algum sentido? Não faz. É discutível que uma população no seu todo tenha responsabilidade por acontecimentos históricos remotos. Se essa responsabilidade fosse aceite como princípio, os países andavam todos a pedir reparações uns aos outros. No entender da esquerda, devemos reparações ao Brasil, à Índia, e aos países africanos das nossas ex-colónias. Mas, nesse caso, pediríamos reparações a Marrocos, porque os árabes nos invadiram a nós; e a Itália, pela invasão dos romanos; e a França, pelas invasões francesas; e aos espanhóis, por todas as invasões deles. Por outro lado, não é clara a entidade a quem se devia entregar a reparação: a um governo corrupto? Ao sr. Obiang? Ao sr. João Lourenço, da Sonangol? Ou a uma ONG, controlada pela esquerda radical e empenhada na luta contra o capitalismo?»
A resposta a estas perguntas é: as "reparações" serão entregues a todos, ou só a alguns, ou até a nenhum deles. Tudo dependerá de a Esquerda ter ou não conseguido atingir e, sobretudo, manter o poder que tanto ambiciona. A conversa das "reparações" é apenas uma estratégia eleitoralista, mais nada. Uma vez atingidos os objectivos políticos da Esquerda, as "reparações" desaparecerão num instante do seu discurso.
Uma das falácias que mais teimosamente perdura em certos sectores do meio nacionalista é a de que "o socialismo é conservador, uma vez que os países comunistas são conservadores". A falácia reside no facto de as pessoas que papagueiam este disparate não perceberem que o "conservadorismo" dos países comunistas não é uma consequência do regime, mas sim da falta de necessidade de alterar a sociedade por parte do regime. Por outras palavras, o conservadorismo já lá estava, é o estado natural da humanidade. Nos países onde o socialismo venceu, não foi preciso alterar esse estado natural, porque a Esquerda já tinha vencido. Ela não precisa(va) de subverter nada, porque já está(va) no poleiro.
Na Europa e na América do Norte, pelo contrário, a Esquerda - sobretudo a extrema - tem tido muita dificuldade em manter-se no poder, mesmo nas raras ocasiões em que o alcança. A razão é simples e já foi identificada pelos marxistas há pelo menos um século: os europeus e os norte-americanos, conhecedores do valor do trabalho, da responsabilidade, da meritocracia e, sobretudo, da prosperidade económica que deles resulta, não vão na conversa sonsa da "redistribuição" da riqueza e da "luta de classes". E é aqui que os marxistas se vêem confrontados com a necessidade de subverter as sociedades ocidentais, de fazer implodir a nossa natalidade ao mesmo tempo que importam - ajudados pelos idiotas úteis dos liberais - milhões e milhões de "pobres coitadinhos" do terceiro mundo: trata-se de substituir os povos que não votam na Esquerda por outros que votarão ou, pelo menos, que a Esquerda acredita que votarão.
2 comentários:
Excelente posta Afonso, principalmente a parte da tua análise. 👍
Muito obrigado, caríssimo! A verdade é que quando o texto original já tem um bom nível, como é o caso deste artigo da MBP, torna-se mais fácil escrever coisas pertinentes. O nosso grande problema é que a esmagadora maioria dos artigos de opinião que são pubicadas nos mé(r)dia portugueses são lixo, ou pouco mais do que isso.
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