Alguns comentários (inevitáveis) a respeito das Eleições Europeias de 2024

Estes são os resultados (quase finais - falta apurar 9 consulados, mas já foram eleitos todos os deputados) das eleições Europeias de 2024. Incluí também os resultados de 2019, para efeitos de comparação (clicar na imagem para aumentar o seu tamanho):

 

(Fonte: Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna)

Comecemos pelo único aspecto positivo desta noite eleitoral desastrosa: o Livra não conseguiu eleger, o Paupério é mesmo Paupérrimo e felizmente não vai para o Parlamento Europeu. O PAN também não conseguiu eleger, o que só pode ser encarado como positivo.

O resto é tudo negativo, ora repare-se:

1. O PS venceu e elegeu 8 deputados europeus. O povo português continua a dar a sua preferência a uma associação de malfeitores.

2. A AD (PSD + CDS)  conseguiu manter os deputados que tinha elegido em 2019 (7).

3. O Chega ficou muito aquém das expectativas, mesmo as mais pessimstas.

4. Apesar de ter descido, a extrema-esquerda continua representada no Parlamento Europeu.

5. O Ergue-te conseguiu a muito pouco invejável proeza de ter pouco mais de metade do que tinha tido em 2019, e que já era uma miséria. O efeito Rui Fonseca e Castro foi praticamente nulo e o partido está mais morto do que vivo. Aliás, o ex-juiz ainda teve de engolir o sapinho e de ver o ADN e o Volt ficarem à sua frente.

 

Comparando estes resultados com os das últimas Legislativas (2024), vemos algo curioso:

No que respeita aos partidos com assento parlamentar, todos perderam votos exceptuando a IL (+38 576 votos). O Chega foi de longe o partido que mais votos perdeu (-783 209 votos).

Moral da história? Em partidos pequenos, o carisma dos candidatos é decisivo. Penso que foi isso que determinou o desfecho desta eleição: Cotrim de Figueiredo é eloquente e persuasivo, Tânger Corrêa é deprimente e dissuasivo.

Há evidentemente outros factores em jogo, mas parece-me que o factor carisma foi o mais decisivo. É só a minha opinião, vale o que vale.

 

ACTUALIZAÇÃO: a análise destes dois cavalheiros parece-me globalmente acertada.